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Sorvete do Piauí

  • Kellen Melo
  • 9 de out. de 2016
  • 2 min de leitura


Depois que descobrir que o cara que eu gostava na época de escola (aquele que sempre me enrolou com juras de amor) mudou o status do Facebook, fiquei um bom tempo com um enjoo danado no coração. Assim, para distrair, fui na tarde de segunda-feira, logo após o fim da greve de 30 dias dos bancários até a agência bancária mais próxima de casa. A fila estava gigantesca, mas a vontade de conseguir minha grana e comprar o meu salto nude para o casório da minha tia no sábado era maior.


O cara da frente alegava passar mal, pois não havia comido nada desde às cinco da manhã e eu o incentivando a ir tomar um ar lá fora.


Já o rapaz de trás puxava assunto. Começou a falar do tamanho da fila e foi parar contando sobre onde morava. Disse que sua mãe ficou em Teresina -Piauí e ele veio para São Paulo tentar mudar de vida.


Eu não sabia, mas fiquei surpreendida quando disse que onde vivia era uma cidadezinha de nove mil habitantes não tinha energia elétrica e apenas quando ele saia da cidade estava havendo vestígios de água encanada.


Conversa vai e vem o cara se empolga e conta que sua irmã também se mudou pra cá e ele de 25 anos está cuidando dela de 27.


Faz curso, trabalha numa empresa há seis meses e seu chefe deu uma hora para que terminasse seus afazeres. Ele não pretende estudar mais, no máximo faria um curso técnico em enfermagem que terminasse logo, mas acreditava que não daria conta. Eu até que o incentivei contando algumas histórias boas que eu já presenciei, no entanto, não enxerguei esperança em seus olhos.


Alguns minutos depois, era minha vez na fila e deixei o rapaz que eu esqueci de perguntar o nome para trás.


Em seguida ele também se aproximou e foi atendido. Para usufruir da educação que recebi, fui até ele me despedir e desejar boa sorte, porém me surpreendi quando perguntou se eu queria tomar um sorvete com ele para conversar mais. Engraçado que o chefe dele havia dito que ele tinha apenas uma hora, isso me confundiu (risos). Eu não pude aceitar, além dos meus trabalhos que tinha para fazer da faculdade, eu não estava afim de tomar sorvete com ele, nem que fosse do meu sabor favorito, limão.




 
 
 

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