Romance de metrô
- Kellen Melo
- 23 de out. de 2016
- 1 min de leitura

Era começo de tarde, não nos víamos há alguns dias, por volta de dez dias para ser mais exata. Combinamos de ele me esperar perto do terceiro vagão, mas o esperto errou a porta e teve que me ligar antes perdido meio a multidão Paulista, bobo.
Tanta gente, centenas de pés e cabeças, mas eu o conheceria até do avesso.
Lá vem ele, se aproximando, camiseta xadrez e calça jeans. O sorriso mais doce de encontro ao meu para me abraçar forte. O coração acelera, em poucos minutos os lábios se tocam. Não há lembrança mais inusitada e apaixonante quando o assunto é encontrar uma paixão no metrô.
Não me lembro de muitos detalhes, porém, parece que foi hoje, descer a escada rolante com ele, suas mãos em minha cintura, no lado direito da escada, claro, não temos pressa. Desvíavamos das pessoas como se estivéssemos em um labirinto e rimos ao lembrar da mensagem de "me espere no terceiro vagão", que ele vai parar do outro lado.
Aquele amor, hoje, se perdeu, no entanto, as lembranças boas jamais serão esquecidas. Por mais que tenham sido poucos encontros e menos de mil beijos, tudo está guardado em minha memória e coração. Cada um segue sua vida, mas o que é bom, a gente nunca esquece. No metrô da vida, aquele amor foi passageiro.
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