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Fugiu e agora?

  • Kellen Melo
  • 25 de dez. de 2016
  • 3 min de leitura


Era quatro da manhã. Ninguém suspeitava, muito menos imaginava que aquela quinta-feira seria atípica para quase 30 pessoas, incluindo crianças e idosos.


O telefone toca e a voz de desespero ecoa pelas paredes da casa que acomoda uma família que ainda faz receitas com o que restou da ceia de Natal e notifica que a Mariana sumiu. As suspeitas de que ela tivesse fugido foram aumentando de acordo com as pistas, já que sua mochila não estava no lugar e objetos como perfumes, escova de cabelo, roupas novas dos mais variados estilos não estavam em seus devidos espaços.


Até o fim da tarde muitas pistas foram desvendadas e bastava ligar alguns pontos para entender o real contexto desse desaparecimento.


Era maio de 2016, quando a garota de 15 anos, resolve bloquear os parentes do Facebook e dizer que não usa mais WhatsApp. Atitude suspeita para uma jovem que no mínimo recebia 300 likes numa foto postada nas redes sociais.


A partir daí, vivia grudada no celular e não se entrosava nas festas familiares, porém, esqueceu de bloquear uma tia, esta, que entrou no perfil da garota e viu que ela estava em um relacionamento sério com um menino de 16 anos que trabalha com seu pai. Detalhe, o pai dela, dizia que ela poderia namorar apenas com 16 anos.


Voltando ao desaparecimento, vale lembrar que ainda no ano passado, Mariana tomou alguns remédios da sua mãe e foi parar no hospital com falta de ar e tontura, além disso há alguns dias o menino foi à casa de Maria pedir para namorar com ela, mas sua mãe recusou de acordo com o desejo do pai.


Pelo que tudo indicava ela fugiu com o garoto e isso foi apenas confirmado pela avó paterna dele quando contou que o adolescente havia ido com a menina para a casa da mãe em Minas Gerais comemorar o Ano Novo.


Enquanto trocavam mensagens de texto com o garoto, já que um dos amigos dele era o primo de Mariana passou o número dele, conseguiu-se um contato ainda maior com os, até então, fugitivos.


Durante esses dias, já com o boletim de ocorrência feito na Delegacia da cidade foram muitas horas de desespero e ansiedade. Os pais apenas choravam e implorava que a filha voltasse. O único irmão desejava ardentemente a volta da colega de brigas diárias pelo controle da TV.


Resumindo, o pai do garoto foi atrás deles, porém fugiram e três dias depois, domingo, 1º de janeiro, logo após sua mãe emagrecer quatro quilos e avó quase ter enfartado, eles finalmente se renderam e volta para casa com o pai do menino que tem a guarda dele, por isso temeu o sumiço.


As desculpas foram das mais variadas, desde a velha dita pelos adolescentes nessa fase muitas vezes imatura e rebelde de que estava cansada da vida, até a parte de que estava apenas tirando umas férias. Na sequência a família abraçou e chorou de felicidade pela volta e a incentivando não fazer mais isso, apesar de que o pai dela ainda não quer ver o garoto nem pintado de ouro dentro de sua casa e sua mãe ainda lamenta a falta de confiança da filha.


NOTA SOBRE O TEXTO

Sem pensar nas consequências, não é difícil encontrar histórias de adolescentes que fogem de casa com o namorado. O cadastro da Rede Nacional para Identificação de Crianças e Adolescentes Desaparecidas (Redesap) aponta em 2016, houve 1.085 casos de desaparecimentos, sendo que 73% do total desse número, são fugas voluntárias do lar, como mostra uma pesquisa feita durante o projeto Caminho de Volta.


A pesquisa ainda indica que 74% dos casos de desaparecimento tem entre 12 e 18 anos. "Não faz parte da infância e adolescência o ato de fugir de casa, no entanto, a fuga do lar vem ocorrendo cada vez com mais frequentemente e com números assustadores", explica a psicóloga Alaide Degani de Cantone.


Alguma das principais causas são por desentendimento entre os pais e filhos ou porque o adolescente decidiu morar com o namorado em razão da pressão dentro de casa.


Apesar disso, nada justifica uma fuga mal planejada que faz muita gente sofrer. O que tem que prevalecer sempre é o diálogo em qualquer lugar da sociedade.


Dicas para ajudar em casos como o de Mariana:

-Registar boletim de ocorrência na delegacia;

-Mobilizar amigos, parentes e moradores do bairro onde aconteceu o desaparecimento para que ajudem a procurar;

-Espalhar cartazes com fotos do desaparecido e divulgar na internet; - Procurar em hospitais e locais que o desaparecido costuma frequentar.


 
 
 

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