Experiência de vó
- Kellen Melo
- 2 de jul. de 2017
- 1 min de leitura

Se perguntar como faz downloads de música, elas não sabem nem como entrar em um site; mas se perguntar por que quando pessoas partem nossos corações, a gente sofre, elas vão explicar tim-tim por tim-tim.
Para algumas situações mais modernas elas ainda se perdem, apesar disso dão seus pulos e sempre têm algumas palavrinhas de sabedoria.
Não é preciso diploma de técnica, mestrado, doutorado em meteorologia para saber que vai chover; porque elas sabem que o tempo vai fechar e tem que recolher a roupa do varal.
Quando a criança está com febre, elas sabem se é dengue ou uma manha por querer algum brinquedo que viu num comercial de TV.
Sabem o tempo certinho que o feijão tem que ficar no fogão e não queimar. Nunca participaram de concursos musicais, mas cantam que é uma beleza, enquanto passam roupas. Quando estamos com fome nos entopem de comidas e deram origem as nossas mães, motivos de nossas existências.
Vão à casa de alguma antiga amiga e lembram o endereço para sempre. Quando tem pouco arroz, não comem e dão para os netos. E se a filha está triste, elas sentem de longe.
Não são feitas de prateleiras e livros, mas são bibliotecas que despertam paixão por onde passam. As melhores companhias para um longo bate papo e broncas com conselhos certeiros. Avós, mulheres que mostram uma beleza eternizada nos olhos e corações que cabem muita gente.
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