Haja coração
- Kellen Melo
- 10 de set. de 2017
- 2 min de leitura

Texto que escrevi na época da Copa no Brasil:
Autoriza o árbitro no meio do campo. A Copa chegou. Depois de 64 anos, o maior evento futebolístico do mundo é sediado por sua segunda vez no Brasil.
Vejo torcedores estrangeiros, milhares deles - e brasileiros que vibram nos estádios a cada gol feito e, se emocionando cantando o hino nacional à capela.
Comecei a escrever esse artigo e não sabia por onde começar. Fui à cozinha beber um café, meu irmão veio em minha direção eufórico dizendo que só faltava a figurinha do Estádio Mineirão, número 9, para completar seu álbum da Copa.
Foi nesta hora que meus pensamentos viajaram, permaneci ali mesmo parado a observar a alegria daquela criança de dez anos quanto ao mundial.
Retornei a meu quarto e engajei-me a escrever. Ele é apenas mais um dos oito milhões de brasileiros que abrem o pacotinho de figurinhas, esbanjando expectativa, decorando nomes dos craques jogadores das seleções.
A TV está ligada e quando vou desligá-la, cenas de um grupo protestando “queremos mais educação”, “mais segurança” e “menos precariedade na saúde”. Aproximo para observar melhor, enquanto venho a pensar: mais de 11 milhões pedidos de ingressos, 12 estádios todos reformados ou reconstruídos, trens expressos, 152 mil inscritos no Programa de Voluntários para trabalhar na Copa.
Mergulho ainda mais, não consigo entender, os olhos do mundo completamente voltado para nós. Uma lembrança me veio à cabeça ainda anestesiada por aquele pensamento que me afligia.
Vi reportagens sobre a Copa em 1994, o Brasil levou a taça nos pênaltis, na Califórnia, após um longo zero a zero contra a Itália. De lá pra cá o futebol mudou muito e o país também.
Meu coração ainda mais brasileiro, sei que o conjunto de qualidades, de astúcia e ligeireza e ao mesmo tempo de brilho destes novos jogadores como Neymar, Davi Luiz e Fred cheio de vontade de jogar, veem surpreendendo os torcedores fanáticos, assim como Pelé e Garrincha faziam muito bem.
A bola está rolando e a cada “Haja coração”, do comentarista Galvão Bueno, meu coração começa a acelerar. Vantagem ou desvantagem, o que podemos é torcer pelo Hexa.
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