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Efeito Hannah Baker

  • focaperdida4
  • 4 de nov. de 2018
  • 3 min de leitura

“Oi, é a Hannah. Hannah Baker. Não ajuste seu… seja lá o que estiver usando para ouvir isso. Sou eu, ao vivo e em estéreo. Sem promessa de retorno, sem bis e, dessa vez, sem atender a pedidos. Pegue um lanche. Acomode-se. Porque eu vou contar a história da minha vida. Mais especificamente, por que minha vida terminou. E se você está ouvindo essa fita, você é um dos porquês.

Esta é a primeira fala da protagonista da série 13 Reasons Why transmitida pela Netflix.

Na trama, a jovem de 17 anos sofre bullying ganha fama de “fácil” no colégio e sofre abuso sexual pelo bam-bam-bam da turma. Hannah Baker, deixa 13 fitas cassetes onde explana os motivos dos quais optou por deixar de viver.

Fora das telas, apenas no Brasil, são registrados 12 mil casos de suicídio por ano; uma triste realidade que afeta, principalmente os jovens; em boa parte por sofrerem de transtornos mentais, depressão, bipolaridade, alcoolismo e outros diagnósticos psiquiátricos.

De volta para casa, cabeça encostada no vidro do ônibus, fico tentando entender por que existem tantas “Hannahs”.

Enquanto pessoas desciam e subiam, lembrei da história de meu amigo que vou chamá-lo aqui de Edy de 24 anos.

Edy, terminou um relacionamento há pouco tempo e em áudios de mais de cinco minutos no WhatsApp me relatava seu desapontamento pela falta que a ex fazia para ele e os momentos de carência que vivia.

Edy, não apagou as fotos do Instagram de seus passeios e não excluiu os vídeos de sua galeria de quando foram para Campos do Jordão.

Infelizmente, não houve volta e o jovem teve que “aceitar” o término.

Se não fosse suficiente, Edy, também tem problemas de família e estudos. Sua mãe é alcoólatra e praticamente todos os dias chega em casa embriagada.

Seu pai? O rejeitou ainda com oito anos, mesmo com teste de DNA. E sobre os estudos, deveria entregar uma proposta de trabalho para seu mestrado, mas não recebia muito apoio de sua orientadora.

Meu amigo, não via alternativa e chorava diariamente e nem mesmo ver seu time do coração ganhar na Vila, era o suficiente para se alegrar. Publicações na internet e comentários negativos deixavam claro sua insatisfação.

Sua profissão é a psicologia e mesmo assim, Edy, não conseguia fugir das preocupações que o cercavam. Nem mesmo os amigos lhe dando as mãos, foram capazes de dar impulso para voar.

Edy estava ciente do que vivia, do que sentia. Era como se fosse uma fratura exposta sem previsão para recuperação.

Depois de alguns dias, sem muita perspectiva, Edy, aos poucos foi prestando atenção nos conselhos de seu amigo do peito, que através de diálogos abertos, com respeito, cheio de empatia e compreensão fizeram a diferença: Edy, resolveu procurar ajuda de um profissional, deu o primeiro passo.

E a partir dali, a fala de Platão que haviam lhe apresentado há meses começou a fazer sentido: tente mover o mundo – o primeiro passo será mover si mesmo.

Desde então, Edy, faz terapia, consulta profissionais da saúde mental e se sente melhor. Ainda não está 100%, mas sabe que tem apoios e voltar atrás não é uma opção.

Até aqui, enquanto você lia, aproximadamente, seis pessoas por alguma razão e falta de opção, usaram o suicídio como o gran finale da tristeza.

Por isso, faço um apelo para que todos nós nos coloquemos no lugar os outros e passemos a observar ao nosso redor os sinais caso desconfiemos de algo.

Deixo aqui o site da Campanha Setembro Amarelo (www.campanhasetembroamarelo.com.br) onde tem uma lista de sintomas que pessoas que querem se suicidar dão antes de cometer o ato.

E o site da CVV – Centro de Valorização da Vida (www.cvv.org.br) onde é possível que a pessoa receba apoio emocional e prevenção ao suicídio através de chat ou até mesmo telefone.

Para que assim, com ajuda, a cada dia, menos pessoas sejam “Hannahs” e mais pessoas dêem a volta por cima como o Edy. 


 
 
 

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