Montenegro dá aula de perseverança
- focaperdida4
- 4 de nov. de 2018
- 2 min de leitura

Para quem vê a atriz que beira os 90 anos nas novelas, sabe o quanto Montenegro é importante para a história da teledramaturgia brasileira. E para nos presentear, a atriz desenvolveu seu livro com memórias fotográficas que foi apresentado a multidão na Arena Cultural da Bienal Internacional do Livro em São Paulo, no último sábado (11). Ao som de centenas de aplausos a atriz se dirigiu a plateia com emoção ao lembrar que poucas vezes viu um público tão grande para prestigiá-la. Com ajuda de sua filha, Fernanda Torres, Montenegro, deu detalhes do livro, como cartas que recebeu de Drummond e Clarice Lispector, mostrando entusiasmos de dar inveja a jovens. Montenegro, reviveu histórias e destacou a força do teatro para a formação de atores. “Talvez quando vocês assistem televisão, notem a diferença entre um ator que sai do teatro e outro que faz um curso para TV, é uma outra linguagem, sugiro que façam teatro! Eu mesma, fui a primeira atriz contratada da Tv Tupi do Rio de Janeiro em 1951, mas vim do teatro!”. Lembrou-se de passagens com Nelson Rodrigues e Lima Duarte, que estão entre as 500 páginas de seu livro que carrega 75 anos de estrada da atriz. Além disso, em diversas vezes citou sobre a importância da perseverança. Já com os cabelos brancos, ergueu a voz e insistiu para que todos ali acreditassem em melhorias de nosso país. "Vamos sair dessa crise, eu não tenho dúvidas. Com 88 anos, já vi ‘tanto buraco sem fundo’, mas temos que fazer o que o poeta diz 'acordar e cantar', temos que ter esperança ativa". Enquanto finalizava sua fala e dizia não vender o livro e sim querer compartilhar suas histórias, que foram únicas, assim como cada um tem suas bagagens, a atriz, inspiração e modelo de muitos atores, falou sobre aquele momento ser uma despedida, não mórbida, mas sim por aquele dia ser vivido apenas uma vez. E concluiu. “Termino com uma fala de Shakespeare, dizendo que o mundo é um palco, e em nossas vidas, antes de qualquer coisa, temos que perseverar independente do rumo!”
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