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Paixão itinerante

  • Kellen Melo
  • 20 de nov. de 2017
  • 1 min de leitura

Ouvindo Ana Vitória. Ele na minha frente sentado no chão do vagão.


Há uma troca de olhares discreta. Ambos desviam os olhos quando o outro vê.


Sei disso porque sinto um cala frio a cada subida de olhar dele.


Esta com a mão direita sob a bochecha e meche no celular, assim como eu para escrever aqui.


Quando eu estava em pé, ele estava. Eu me agachei e ele também. Eu sentei e ele repetiu o movimento. E quando cantei o que ouvia no fone, ele também.


Comprei pacoquinha, derrubei a moeda. Ele riu. Ah que sorriso. Inocente e másculo. Me fez imagina em seus braços.


Arrumei meu cabelo que desfez o rabo de cavalo. Sei que ele observou.


Que droga, nossos olhares não são dados aí mesmo tempo. Já já teremos que descer e eu não sei seu nome. Que chato.


Não poderei sentir aquela barba enquanto o beijo e nem tocar seus dedos cumpridos.


Ele levantou todo desengonçado. Pouco desesperado e desceu do trem na estação Perus.


Por alguns minutos eu te amei.


Amei te ver

Amei seu corpo

Amei suas impressões

Amei seu jeito de sentar

Amei saber que você existe

Até nunca mais, moço alto, branco de barba e mochila.



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